Chegou a hora dos meus filhos saírem de casa. E agora?

O tempo passa voando e quando menos se espera os filhos já cresceram, viraram adultos e estão trilhando suas próprias vidas. Antes, um aviso: Se você é um jovem que está buscando a independência, esse texto não é para você! Mas não precisa ir embora, recomendamos que leia o post “Como sair da casa dos pais” e envie o link deste post aqui para seus pais lerem também.

Vamos lá. Embora seja um processo natural e inevitável pelo qual todos os pais passam, algumas pessoas têm mais dificuldade de lidar com a independência dos filhos, principalmente quando é a vez do filho mais novo ou do filho único seguir o próprio caminho. Essa fase de adaptação costuma ser mais difícil para as mães, que ainda hoje são socialmente mais ligadas à criação dos filhos, mas tem muito pai por aí que sofre igual ou até mais.

Não tem problema ficar triste ou sentimental quando os filhos saem de casa, porém lembre-se que a sua vida continua. É normal se sentir solitário, preocupado, carente e até mesmo bravo ou decepcionado. No entanto, é preciso tomar cuidado para que a tristeza temporária não se torne uma Síndrome do Ninho Vazio, que se manifesta através dores de cabeça e nas costas, perda de apetite e do sono, angústia intensa, crises de ansiedade, entre outros sintomas. Em casos mais graves esta Síndrome pode avançar até se tornar um quadro de depressão, então se sentir algum sintoma procure ajuda médica e psicológica para aprender maneiras de lidar melhor com estes sentimentos.

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Tudo bem ficar triste no início, mas aprenda a lidar com a nova rotina.

Por outro lado, nem todos os pais sentem tanta dificuldade nessa etapa. Muitas vezes os pais e mães ficam empolgados com a nova fase, felizes por recuperar a liberdade e orgulhosos por verem os filhos criados. Não tem nada de errado nisso! Você não precisa se sentir culpado por não estar triste, a independência dos filhos deve ser encarada por uma ótima positiva. Aliás, a partir de um certo momento o passo de sair de casa pode inclusive ser incentivado pelos pais sem nenhum problema, caso os próprios filhos não tomem a iniciativa. Mas como saber se já é a hora certa?

Não existe uma idade ou data exata, mas o ideal é saber avaliar quando os filhos já têm condições financeiras e preparo emocional para isso. Pode ser assim que os filhos passarem no vestibular (principalmente se for em outra cidade), ou depois que eles se formarem, ou quando conseguirem estabilidade profissional ou quando se casarem, não tem regra. Ninguém melhor que você para perceber os sinais de que chegou o momento.

Alguns pais podem dizer: “meu filho tem um emprego estável, salário fixo, vida organizada e independente, porém ainda não deu sinal de querer sair debaixo do meu teto”. O que fazer? Reflita e pense bem no que pode estar acontecendo. Ele não tem coragem? Está muito acomodado? É muito ligado a você? Tem medo da sua reação? Por mais que seja seguro tê-lo por perto, isso pode estar impedindo que ele amadureça.

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Às vezes é difícil para os pais perceberem, mas seu filho não é mais um bebê.

Faça a sua parte com pequenos incentivos: delegue as tarefas da casa, peça que ele comece a pagar algumas contas, pare gradualmente de lavar suas roupas e fazer as refeições para ele… Mostre sutilmente que é hora de dar o próximo passo da vida adulta, afinal a adolescência não pode durar para sempre. A relutância em andar com as próprias pernas muitas vezes não acontece por razões afetivas ou emocionais, e sim porque continuar na casa dos pais é muito mais cômodo.

Incentivar que os filhos saiam de casa não quer dizer que você é insensível ou que você não os ama, e sim que eles precisam ganhar confiança e ganhar mais responsabilidades. Por outro lado, também não tem problema auxiliar os filhos nessa mudança, seja apenas conversando com ele sobre as opções ou mesmo apoiando financeiramente, caso ele não tenha condições de se sustentar plenamente sozinho.

Se estiver dentro do seu orçamento, você pode ajudá-lo com o aluguel, pagar a entrada de um imóvel, comprar um apartamento para ele, comprar eletrodomésticos ou mesmo enviá-lo uma mesada. Não é errado dar uma mãozinha e isso pode ajudá-lo na transição. Porém lembre-se que ele precisa aprender a ser independente, então procure ser didático e reduza os auxílios à medida que seu filho começar a ser capaz de seguir sozinho.

Leia também: O que a aposentadoria e o mercado imobiliário têm em comum?

Na grande maioria dos casos, porém, a ideia de se mudar vem dos próprios filhos. Nesse caso o incentivo dos pais continua sendo bem-vindo. Tenha consciência de que você não fez nada de errado e não use chantagem emocional para que ele fique. Pelo contrário, mostre que você estará sempre disponível e o aconselhe, mas respeite as escolhas que eles tomarem e não interfira nas suas decisões. Você pode convidá-lo para jantar (porém não todo dia), fazer programas juntos e ter bons momentos em família. Também mostre que eles podem sempre voltar para casa se precisarem. No entanto, caso eles realmente tomem a decisão de voltar, avalie se o motivo é válido e não deixe que eles desistam na primeira dificuldade.

Enquanto isso, redescubra-se! Invista em outros relacionamentos além do materno/paterno. Reascenda a paixão com seu cônjuge ou comece novos relacionamentos amorosos. Entre em contato com velhas amizades e também esteja aberto para fazer novos amigos. Dedique-se mais aos seus contatos profissionais ou acadêmicos. A independência dos filhos não quer dizer que você ficará solitário. Aproveite o novo espaço na agenda para criar novas relações e se divertir com outras pessoas.

Também é uma boa ideia começar novos hobbies e atividades. Que tal finalmente fazer aquele curso que você sempre quis e nunca teve tempo? Ou até uma graduação, pós-graduação ou especialização? Também pode ser a chance de se dedicar mais ao trabalho ou dar início a um projeto pessoal que nunca saiu do papel. Outra dica excelente é se dedicar mais às atividades físicas, como por exemplo aulas de danças, natação ou mesmo musculação. Além de ser uma boa maneira de ocupar o tempo, isso te ajudará a conhecer gente nova e fazer mais amigos.

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Redefina a sua casa para novas utilidades.

Por fim, crie coragem para dar o passo final: adapte a casa para menos pessoas. Pode ser mudando para um imóvel menor ou redecorando o quarto que era dele. Esta etapa muitas vezes é a mais difícil por ser tão simbólica, porém é essencial principalmente para quem está sofrendo com a ausência do filho. O espaço pode ser adaptado para se tornar um escritório, uma sala de televisão, um closet, uma biblioteca, por aí vai… Pense qual a melhor utilidade que você poderia dar para o cômodo agora que está vazio. Caso desfazer o quarto ou mudar de casa seja um processo muito doloroso para você, lembre-se que aquele espaço é apenas físico. O verdadeiro lar dos seus filhos continua no mesmo lugar de sempre, independente de onde eles estejam, que é dentro do seu coração. Eles merecem ser felizes e você também!

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