O ano de 2018 começa com uma boa dose de otimismo, porém ainda é possível perceber um pouco de incerteza no ar. Mesmo assim, por causa dos resultados positivos divulgados no fim do ano passado, empresas e consumidores aos poucos estão recuperando a confiança. Consumidores confiantes são importantes para a melhora de mercados que dependem pagamento a longo prazo, como o imobiliário.
A melhora do mercado imobiliário, por sua vez, é um bom sinal para o mercado como um todo, pois ele é sempre o último a perceber os sinais de crescimento. Como explica Ricardo Amorim, quando a economia começa a se recuperar, os primeiros setores atingidos são os que vendem itens cotidianos de valor baixo (como supermercados e farmácias), depois vêm aqueles que vendem bens não duráveis (como vestuário e calçados), seguidos pelos eletroeletrônicos, automotivos e por fim os imóveis. Ou seja: se aumenta a venda de imóveis, é porque o mercado em geral está melhor.
Nas previsões para este ano, a maioria das tendências de produtos do ano passado se mantém, como plantas diferenciadas e metragens menores, porém agora diante de um novo cenário econômico. A maioria das projeções que levantamos no nosso e-book para o ano de 2017 não só se cumpriram, como em alguns casos foram superadas. Mesmo que a perspectiva ainda não seja a ideal, já é bem melhor do que a que tínhamos 12 meses atrás. E agora, o que esperar deste ano que se inicia?
1) Novos lançamentos
Como menos empreendimentos foram lançados nos últimos anos, os consumidores estavam adquirindo majoritariamente imóveis em estoque. Com o aumento da demanda e a oferta praticamente estabilizada, o estoque diminuiu e é hora de colocar novos produtos no mercado. Em São Paulo, por exemplo, o estoque chegou a cair 21,5% segundo dados da SECOVI. É quase certo que a maioria das construtoras fará mais lançamentos em 2018 do que em 2017, e eles devem começar a aparecer já no primeiro semestre, vindo com ainda mais força nos últimos meses do ano.
2) Inflação baixa
A meta do banco central para a inflação em 2018 é de 4,5%, porém muitos especialistas acreditam que os números podem ser ainda menores, ficando por volta de 3%. A menor inflação representa uma alta no poder de compra dos consumidores, o que consequentemente beneficia o mercado imobiliário.
3) Oportunidade de preços em Goiânia
Em 2017 o preço médio dos imóveis usados no Brasil caiu pela primeira vez em 10 anos, segundo o índice FipeZap. Goiânia, por outro lado, apresentou aumento de 0,64% no preço dos imóveis usados e 4% nos lançamentos, de acordo com o levantamento da Ademi-GO. Esses números, somados ao fato de Goiânia ter um dos metros quadrados mais baratos do país, faz com que a alta dos preços chegue mais rápido por aqui. Enquanto no resto do país a valorização só deve ser sentida em 2019, no mercado goiano a próxima sequência de crescimento deve começar ainda este ano.
4) Aumento do PIB
De acordo com o levantamento do Banco Central, o PIB (Produto Interno Bruto) também deve crescer. A expectativa é de 2,70%. O Banco Mundial também aposta na melhoria do PIB do Brasil, e chegou a afirmar que 2018 será o primeiro ano após a crise de 2008 em que a economia do mundo estará “em plena capacidade”. Expectativas altas para a recuperação da economia, mas que já não parecem inatingíveis.
5) Menor taxa de juros da história
O ano passado fechou com a menor taxa SELIC da história, na casa dos 7% ao ano. Isso faz com que o financiamento imobiliário fique mais barato e que outras formas de investimento (como a poupança e o tesouro direto) rendam menos, incentivando a compra de imóveis. Para entender melhor o que é a taxa SELIC e as consequências da menor baixa da história, clique aqui e leia o post que fizemos sobre este assunto.
Atualização (16/02): Superando as previsões, que já eram positivas, a taxa SELIC chegou a 6.65% ao ano, ainda mais baixa do que antes.
6) Retorno da linha de crédito pró-cotista na Caixa
O pró-cotista é uma linha de crédito que utiliza os recursos do FGTS para o financiamento de imóveis e cobra juros menores de quem trabalha com carteira assinada, com condições que perdem apenas para o programa Minha Casa Minha Vida. No entanto, a Caixa suspendeu esta linha em junho de 2017 por falta de recursos. Em janeiro de 2018 ela finalmente retoma a linha pró-cotista, que em Goiás pode ser utilizado para financiar imóveis de até R$ 800 mil.
7) Banco do Brasil ganha força
Em 2017 o Banco do Brasil passou a atuar ativamente no mercado imobiliário e despontou como uma nova boa opção de financiamento. O banco já oferece crédito imobiliário desde 2008, mas agora é o segundo banco que mais financia imóveis no país. Encorajado pela taxa de juros baixa, o BB diminuiu os juros do crédito imobiliário, em conjunto com o Itaú Unibanco, fomentando a concorrência com os demais. Com a intenção de atrair clientes, o surgimento desta concorrência tende a trazer benefícios para os consumidores.
8) Diminuição dos distratos
Um dos fatores que mais prejudicou o mercado imobiliário no auge da crise é que, com a diminuição da renda, a dificuldade de conseguir o financiamento e o aumento do desemprego, muitos compradores precisaram distratar a compra de seus imóveis. Em 2017 este índice já recuou, fechando em 33,1%. Em queda, a relação de distratos/vendas foi de 45,5% nos imóveis de médio e alto padrão e de 18,1% dos imóveis mais baratos. É muito provável que esse percentual seja ainda menor em 2018, principalmente se as demais projeções deste post se concretizarem. Ao que tudo indica, os negócios fechados em 2018 serão mais seguros tanto para as empresas quanto para seus clientes.
É claro que os aspectos acima também dependem de fatores que vão muito além do próprio mercado de imóveis, como a diminuição do desemprego, a retomada da renda e principalmente do resultado das eleições presidenciais, que ocorrem em outubro deste ano. Por outro lado, o otimismo do mercado já é um bom indicador por si só e costuma preceder a recuperação da economia. É certo que logo de cara os produtos mais baratos serão os primeiros a refletir o crescimento do segmento e se tudo correr bem, o mercado inteiro voltará a ser propício para investidores, compradores, construtoras e todos os demais envolvidos na realização do “sonho da casa própria”. Feliz 2018!
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